"Não dava para acreditar como aquele cara baixinho, magro que nem um palito, conseguia se transformar em um monstro no palco. Kurt fazia coisas que ninguém mais conseguia. Ele dominava o palco. No nosso disco (My Brother the Cow, que sera lançdo em breve no Brasil)fiz uma música sobre Kurt, chamada 'Into Your Shtik' (um dos versos diz "Por Que você nãp estoura seus miolos ?"). A música fala de toda essa merda de industria da música, e da pressão que a fama impõem nas pessoas. No caso de Kurt isso foi fatal. Todo Mundo que o conhecia percebeu que ele mudou muito depois de ficar famoso. Quando o Nirvana era uma banda relativamente desconhecida, eu me dava muito bem com ele. Depois ele se isoplou, e passei um ano se vê- lo. Quando o encontrei de novo, durante uma pequena excursão que fizemos com o Nirvana, ele me pareceu muito triste e sozinho. Quando ouvi a noticia de que ele havia se matado, fiquei com muita raiva. Mas depois percebi que na verdade aquele foi um verdadeiro ato de heroísmo. Não o condeno pelo que fez"
" Uma vez fomos tocar em um grande festival na Bélgica. Éramos os "headliners", e o Nirvana ia abrir. Antes do show tinha um jantar, organizado pela produção, e cada banda tinha uma mesa. nossa mesa era a maior, pois tínhamos um monte de "rodies" amigos. O Nirvana tinha uma mesa pequenininha, onde só cabiam eles três mais um "rodie". Sem ninguem ver, o Kurt trocou as plaquetas das mesas. Quando nós chegamos lá, ele e os outros dois estavam se esbaldando de tanto comer na nossa mesa que dava para umas vinte pessoas. Falei: "Taí um cara com senso de humor". Foi realmente trágico o que aconteceu com o cara. Foi uma perda estupida. O Nirvana era uma banda punk muito parecida com os grandes grupos dos anos 70, cheia de energia e sarcasmo. Acho que muitos criticos encheram demais a bola da banda. Porra quando ele morreu o compararam com John Lennon. Me dá um tempo! Era uma banda ótima, mas assim também não! O chato é que agora temos que aturar a mulher dele, aquela Courtney, que só sabe falar merda."
"Quando soube que o Nirvana havia gravado uma versão de "Molly's Lips" eu não consegui acreditar. Depois Kurt nos convidou para reformar o Vaselines e tocar com o Nirvana na Escócia. Foi muito emocionante, uma dessas ocasiões que lembrarei para sempre
" Kurt foi sempre muito legal com a gente. Ele nos convidou para abrir uma turnê para o nirvana, e nos apresentou a um monte de amigos dele , como o Thurston (Moore, guitarrista do Sonic Youth) e o pessoal do eugenius. Ele gostava muito do Shonen Knife. Nós já haviamos tocado muitas vezes nos EUA, mas só depois que ele, o Thurston e o Kim (Gordon, baixista do Sonic Youth) começaram a falar muito na gente, que nós conseguimos arrumar uma gravadora para lançar nosso disco nos EUA. Nós adoramos o Nirvana, é uma banda muito boa. Às vezes eles parecem os Beatles, outras vezes os Buzzcocks."
- Quando você conheceu Kurt? - Conheci Kurt em 1988, no primeiro show do Mudhoney. Eu tinha ouvido uma música do Nirvana no rádio "Paper Cuts" e havia gostado muito. Falei para ele e ele ficou muito contente. Me pareceu uma pessoa muito simples e legal. - Você excursionou com o Nirvana. Como foram as turnês? - Viajamos oito semanas com o Nirvana pela Europa Oriental, bem na época da queda do muro de Berlim. Me lembro de ver a fila de carros, quase 40 quilometros de engarrafamento para entrar na Alemanha Ocidental , Kurt queria arrancar um pedaço do muro para levar de recordação, mas não deu tempo. Foi a turnê mais legal que já fizemos. kurt e chris eram muito engraçados. Agente se divertiu pra cacete. Tocavamos por amor mesmo por que o dinheiro daqueles paises não valia merda nenhuma. Porra, para viajar oito semanas com uma banda em um furgão, você tem que gostar muito dos caras. Eu dividi meu quarto de hotel muitas noites com Kurt, e a genteconversava muito. Ele adorava falar sobre música. Ele era um cara muito humilde e calmo. Nunca em um milhao de anos poderia imaginar que ele fosse mudar tanto. - Mudar como? - Bom, ele se transformou em outra pessoa depois que ficou viciado em heroina. Não que ele tivesse se tornado um cara escroto ou mau carater, mas ele se fechou muito. Virou um recluso e falava pouco com as pessoas. Nós continuamos a nos falar ás vezes, mas já não era a mesma coisa. É muito triste. - Quais são suas músicas preferidas do Nirvana? - Adoro o álbum Bleach. Gosto de School, About a Girl e Alchol. o LP Nevermind é um clássico do Rock moderno, com Territorial Pissings e In Bloom - Como você se lembra de Kurt, qual a imagem que marcou? - Quando estavamos voltando da excursão pela Europa, Kurt acenou para mim dentro do avião e me chamou de dentro do aviãopara ver alguma coisa que estava acontecendo na asa do avião. Estavam saindo faíscas da turbina, parecia que o avião iria pegar fogo. Só para sacanear os passageiros, o kurt começou a gritar histérico que todo mundo iria morrer"
"Depois que Kurt morreu, álguem me disse que ele havia composto uma música para eu cantar. Fiquei honrado. Não é todo dia que alguem que você realmente admira se confessa um fã. Para mim o Nirvana tinha a essencia do Rock: primitivo everdadeiro."
"Ter que dar um depoimento a respeito da figura de kurt Cobain é sempre emocionante, mas eu tenho medo de chover no molhado. Desde que eu entrei no Pin Up's, em 1990, me lembro de ouvir falar em Nirvana nas Melodys que o Marquinhos me mostrava, da fita gravada com o single Blew e o LP Bleach. era muito punk, visceral, agressivo de verdade! Dai em diante fui virando cada vez mais fã e nem preciso dizer que Nevermind transformou esta década. Dai para imaginar que um dia iria conversar com o próprio kurt, sentado no palco do Der Tempel (Aqui em São Paulo), após o Hollywood Rock, sobre dor de estomago (eu estava me contorcendo)... Conhecer Kurt Cobain sempre me pareceu um sonho. Quando fiquei sabendo que o Nirvana viria para o Brasil, fui ao Maksoud tentar conseguir uma credencial para ve- los mais de perto. Após tentativas frustradas, éstavamos (João Gordo e Eu), desolados, no saguão, quando reconhecemos Big John, Ex Exploited, na época rodie do Nirvana. Ficamos amigos no ato e, consequentemente masi perto do Nirvana! Após passearmos dois dias com big John fomos ao Maksoud. Por acaso, encontramos o kurt e sua esposa no Bar. Nos aproximamos e a acolhida foi a melhor possível. A Courtney tratou logo de arrumar as credenciais. Fora o vazio nos olhos de Kurt, não notei nada fora do comum. Não quero e nem me sinto com condições de traçar um perfil psicológico do cara, mas com certeza o que ele mais queria era ser um cara normal, na medida do possivel. Esse papo de que o sistema o engoliu é a mais pura verdade! O cara não queria aquilo. A Courtney gostava e ainda gosta, mas ele não. De quem foi a culpa? Deixa isso pra la... Qualquer outro comentario soaria piega demais."
"Da primeira vez que eu ouvi Nevermind, não consegui deixar o Cd fora do Player. Ouvi o álbum dia e noite, toda hora. Era tão melódico, tão acessivel, e ao mesmo tempo tão furioso e cheio de raiva. Sabe, muitas vezes você ouve uma música ótima e fica interessado pela banda, e depois descobre que foi apenas acidente de percurso, uma jóia perdida no meio de outras músicas não taão boas assim. Mas no caso do Nirvana é diferente. Tudo que eles fizeram era ótimo. liguei para o kurt e praticamente implorei para eles tocarem com agente uma noite"